Drones e sensores para agricultura de precisão: além do NDVI

Drones e sensores para agricultura de precisão: uso além do NDVI, com dados térmicos, multiespectrais e 3D que otimizam a produtividade.

A agricultura de precisão já é uma realidade consolidada, e os drones se tornaram protagonistas desse novo paradigma. No entanto, o uso dessas aeronaves remotamente pilotadas vai muito além do famoso NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada). Atualmente, o mercado dispõe de sensores e algoritmos capazes de fornecer dados multidimensionais que transformam o modo como o produtor lida com a lavoura.

Enquanto o NDVI mede a saúde da vegetação com base na reflexão do infravermelho próximo e da luz vermelha, sensores multiespectrais e hiperespectrais oferecem uma leitura mais rica e detalhada do comportamento das plantas. Com essas tecnologias, é possível detectar estresses hídricos, deficiências nutricionais, doenças fúngicas e ataques de pragas com maior antecedência e precisão.

Drones equipados com câmeras térmicas, por exemplo, ajudam a identificar áreas com falhas na irrigação, permitindo ajustes cirúrgicos nos sistemas. Já os sensores LIDAR, menos comuns na agricultura, vêm ganhando espaço em mapeamentos altimétricos de precisão, essenciais para planejamento de curvas de nível, terraceamentos e análise de drenagem.

Um ponto de destaque é a geração de ortomosaicos com alta resolução, capazes de substituir vistorias presenciais e orientar decisões desde o plantio até a colheita. Essas imagens, aliadas a softwares de inteligência artificial, possibilitam análises automatizadas, como contagem de plantas, estimativa de produtividade e zoneamento de manejo.

O ganho não é apenas técnico, mas também econômico. Ao adotar uma abordagem orientada por dados, o agricultor reduz desperdícios, otimiza o uso de insumos (como fertilizantes e defensivos) e aumenta sua eficiência operacional. Em grandes propriedades, onde a variabilidade espacial impacta fortemente o resultado final, isso se traduz em margens de lucro maiores e maior sustentabilidade no uso do solo.

A tendência agora é a integração de múltiplos sensores em uma única missão. Um mesmo voo pode coletar dados térmicos, visuais e altimétricos, que, combinados, formam uma base de dados robusta para análises preditivas. Além disso, os dados georreferenciados podem ser integrados ao maquinário agrícola, permitindo ações autônomas de aplicação localizada. Sair da lógica do NDVI e mergulhar no universo mais amplo dos dados multiespectrais, térmicos e 3D é essencial para quem busca manter competitividade no campo. A agricultura de precisão deixou de ser uma promessa: com os sensores certos e boas práticas de interpretação, ela é hoje uma ferramenta poderosa de gestão rural.

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