Revolução do mapeamento 3D com câmeras oblíquas: mais detalhes, realismo e precisão em levantamentos urbanos e estruturais.
Quando se fala em mapeamento aéreo com drones, a maioria ainda pensa em imagens verticais, ortorretificadas, como se a Terra fosse sempre observada de cima. Embora essa perspectiva continue sendo extremamente útil para diversas finalidades, ela apresenta limitações significativas quando se trata de capturar detalhes em elementos verticais, como fachadas, encostas ou estruturas complexas. É nesse contexto que as câmeras oblíquas vêm transformando a fotogrametria.
Equipadas com múltiplas lentes inclinadas (geralmente cinco: uma vertical e quatro oblíquas em 45º), essas câmeras conseguem registrar simultaneamente diferentes ângulos de uma mesma feição. Isso cria uma sobreposição tridimensional mais robusta e detalhada, permitindo modelagens com profundidade realista. Na prática, isso significa que podemos obter maquetes digitais 3D altamente fiéis, inclusive de elementos laterais antes invisíveis em levantamentos convencionais.
Essa abordagem vem se mostrando fundamental em aplicações urbanas, onde o nível de detalhe importa: seja para fiscalização de obras, cadastro técnico multifinalitário, inventário do mobiliário urbano ou documentação de patrimônio histórico. Em engenharia, permite análises volumétricas de encostas, verificação de estruturas verticais e compatibilização de projetos com o ambiente real. Além disso, é extremamente útil em BIM e realidade aumentada, onde a fidelidade visual ao ambiente real é determinante.
Apesar de exigir maior capacidade computacional e softwares específicos para processamento (como o ContextCapture ou o 3DF Zephyr), os benefícios compensam: mais informação, maior precisão na reconstrução e melhores condições para análises espaciais. O uso de câmeras oblíquas marca uma transição da cartografia plana para uma cartografia volumétrica: um caminho sem volta para quem deseja capturar o mundo como ele realmente é.
