A projeção cartográfica é um dos elementos mais importantes na elaboração de mapas. Ela determina como a superfície curva da Terra será representada em um plano, influenciando diretamente a precisão, a interpretação e o uso final do mapa. Cada projeção possui vantagens, limitações e diferentes níveis de distorção, por isso a escolha correta deve ser feita com base no objetivo do projeto, escala e requisitos técnicos.
Neste guia, você entenderá os principais tipos de projeção cartográfica, quando usar cada uma e quais critérios considerar para selecionar a mais adequada.
O que é uma projeção cartográfica?
Uma projeção cartográfica é um conjunto de técnicas matemáticas usadas para transformar a superfície tridimensional da Terra (geóide ou elipsoide) em uma superfície plana. Como essa conversão não pode ocorrer sem distorções, cada projeção prioriza a preservação de algum elemento: área, forma, direção ou distância.
Principais tipos de projeção cartográfica
1. Projeções Cilíndricas
As projeções cilíndricas simulam a Terra sendo envolvida por um cilindro.
Características principais:
- Preservam ângulos e direções (projeções conformes).
- Distorsões aumentam conforme a latitude se afasta do Equador.
- Áreas polares ficam extremamente ampliadas.
Quando usar:
- Navegação marítima e rotas.
- Mapas mundiais que priorizam direção sobre área.
Exemplo mais conhecido: Projeção de Mercator, amplamente usada em rotas e sistemas de navegação.
2. Projeções Cônicas
Nessas projeções, a superfície terrestre é projetada sobre um cone que toca a Terra em uma ou duas latitudes padrão.
Características principais:
- Ideais para regiões de latitude média.
- Minimização de distorções em áreas de grande extensão no sentido leste-oeste.
- Boa precisão para mapas temáticos e topográficos regionais.
Quando usar:
- Mapas de países ou estados.
- Cartografia oficial em diversas regiões.
Exemplo comum: Conforme de Lambert, amplamente utilizada em mapas regionais.
3. Projeções Azimutais (ou Planas)
Aqui, a superfície é projetada sobre um plano tangente à Terra.
Características principais:
- Mantêm a precisão das direções ou distâncias a partir de um ponto central.
- Úteis para representar regiões polares ou áreas circulares.
Quando usar:
- Mapas de regiões polares.
- Análises de distância e direção a partir de um ponto único.
- Representações estratégicas e de defesa.
Critérios essenciais para escolher a projeção cartográfica
1. Objetivo do mapa
A finalidade do projeto define qual característica deve ser preservada:
- Navegação e rotas: projeções cilíndricas (ex.: Mercator) preservam direções.
- Mapeamento regional: projeções cônicas (ex.: Lambert) equilibram forma e área.
- Mapas temáticos ou análises centradas em um ponto: projeções azimutais são mais adequadas.
2. Escala e extensão territorial
A Escala é essencial, pois quanto maior a área mapeada, maior o impacto das distorções.
- Pequena escala (área muito grande): Escolher projeções que minimizem distorções específicas para continentes ou países.
- Grande escala (área pequena): Erros são menos perceptíveis, mas ainda é importante respeitar normas técnicas.
3. Requisitos técnicos e normas do projeto
Projetos de engenharia, obras de infraestrutura e planejamento urbano costumam ter projeções padronizadas definidas por:
- órgãos oficiais,
- legislações técnicas,
- modelos de referência geodésica.
Seguir essas normas garante compatibilidade entre bases de dados e evita erros de sobreposição e georreferenciamento.
Conclusão
Compreender os diferentes tipos de projeção cartográfica é essencial para produzir mapas precisos, confiáveis e adequados ao objetivo do projeto.
Ao escolher corretamente a projeção, profissionais de topografia, agrimensura, cartografia e geoprocessamento garantem que análises espaciais sejam coerentes e que os produtos cartográficos atendam às exigências técnicas do setor.
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FAQ – Perguntas frequentes
É o método usado para representar a superfície curva da Terra em um mapa plano, com diferentes níveis de distorção conforme o tipo de projeção.
Não existe uma projeção totalmente precisa; cada uma minimiza certos tipos de distorções. A escolha depende do objetivo do mapa.
São indicadas para navegação e rotas, pois preservam direções, embora distorçam áreas próximas aos polos.
Porque é impossível representar uma superfície esférica em um plano sem comprometer área, forma, distância ou direção.
Avalie objetivo do mapa, área de estudo, escala e normas técnicas exigidas no projeto.
Em muitos casos, sim. Normas e órgãos técnicos definem projeções específicas para compatibilidade entre dados.
Sim. Uma projeção inadequada pode gerar distorções que impactam medições e análises.
Sim. A escolha correta melhora a interpretação dos dados e reduz erros visuais em análises temáticas.


